23 janeiro, 2011

Estado de situação: "dar passos maiores que as pernas dá azar"

Sabe, frequentemente dou por mim a tentar arrancar o coração daquilo a que está agarrado.
Pois, às vezes também passo por isso.

Sabia bem melhor se o arrancasse àquilo a que está agarrado.
Sem dúvida, é uma pena.

Mas nunca foi assim comigo.
Pois, comigo umas vezes sim outras vezes não.

Comigo nunca.
Um dia há-de ser, não se preocupe.

Dou por mim a anular-me para que me possa afastar silenciosamente.
Não percebo.

A anular a minha própria vontade, o meu próprio querer dizer. Querer apertar.
Pois.

Acho que não entende. Gostaria que sim.
Mas eu entendo minimamente.

Querer voltar, não sei lidar com o passado, o passado só me dá uma profunda vontade de querer voltar.
Mete-me medo, você.

Desapercebi-me quando perdi, desapercebi-me que levou atrás o meu coração, e que se esqueceu de deixá-lo quieto onde estava antes da sua chegada.
Não diga essas coisas.

Foi demasiado silencioso, só um dia olhei em volta e vi que já estava longe, demasiado longe para que não seja nefasto querer voltar.
Está um dia lindo, vamos passear além.

E é triste, quando enfim me confunde apertar um toque de dedos.
Os dedos que estão realmente atrás, atrás deveras, sem dúvida ocultos.
E o que sinto é apenas um vestígio redutor daquilo que tinha sido, uma forma de calar bem calado o que tinha sido, porque sim.
Um toque que não se apaga. Se acabamos por ir embora para quê deixar tantas marcas pela casa.

Não entendo. Bem, não sei lidar definitivamente. Veja só, às vezes dou comigo a dizer estas coisas. Como se tivesse alguma importância.
Vá, cale-se, vamos mas é passear além.