20 junho, 2011

Infância I

O tempo dos campos e dos baldios,
Da hora vã entre os muros,
Que se vai tristemente, em lânguida promessa.
Dos baldios que agora são tristes -
Que são tristes quando os vejo -
E que só se vêem da janela, enquanto se escreve.
Vêem-se quando se passa por eles,
E se lembra do tempo dos campos;
Da mãe enrolada na dança quieta,
Que desperta o cansaço de ter nascido.
Sim, porventura um fastidioso encontro com o mundo
Logo à partida,
Em forma de depósito,
Com os olhos tristes de ainda faltar tudo
E ainda mais o caminho que se estreita.
Que à partida não temos a escrita
Então só temos os campos,
E os olhos -
Os olhos também; mas! e os olhos -,
Que se lamentam
Da gravidade da viagem
Por cumprir ainda,
E também, à medida que a tomam,
Do que cumprido já ficou. Sem dúvida, eternamente.
Agora é seguir. Sem dúvida, eternamente.