Roda o relógio na corda de pano
E morro de não saber se é medo
Ou se é vontade o que há no tempo.
Se virar as costas, esqueço.
Se aguentar os pés e os dedos, enlouqueço.
Mas há que eu saiba o ponto-suspenso:
Andar e não ver.
Se for a vivo-tempo, tremo:
Ficar e lembrar.
Já não sei os meus segredos.
Só que as coisas vão e venham,
Na roda e roda que finge que gira,
Se cá fica o resto – e a saudade que dele ficou -,
Nem ter nem ser são o remédio;
Se há algum, eu não sei qual.
Eu não sei qual, eu não sei qual.
19 junho, 2009
06 junho, 2009
03 junho, 2009
Eu o contrário 392
Querer saber de um mal
Que de curto ou longo
Pouco acrescenta,
Ou nem mesmo nada traga,
É coisa com pouca vontade.
Da pouca vontade,
Vem-lhe o pouco valor.
Continuamente é coisa que só se nota,
Quando não se espera.
E se da expectactiva já fizesse parte,
Não haveria a quem lhe espantasse a existência:
Só o mal nos desilude; quanto bem já houve
Que morreu na espera de ser notado? Todo ele.
Mais sentido que um copo partido,
Ou que um grito do oxigénio, não foi.
Há que eu sinta pena de não ver como se vê,
De esperar como não se espera,
De não querer como se quer.
Mas haverá para nós sensatez na culpa
Do bem maior que não cheguei a ter,
Como se vê,
Como não se espera,
Como se quer,
Eu o contrário?
Que de curto ou longo
Pouco acrescenta,
Ou nem mesmo nada traga,
É coisa com pouca vontade.
Da pouca vontade,
Vem-lhe o pouco valor.
Continuamente é coisa que só se nota,
Quando não se espera.
E se da expectactiva já fizesse parte,
Não haveria a quem lhe espantasse a existência:
Só o mal nos desilude; quanto bem já houve
Que morreu na espera de ser notado? Todo ele.
Mais sentido que um copo partido,
Ou que um grito do oxigénio, não foi.
Há que eu sinta pena de não ver como se vê,
De esperar como não se espera,
De não querer como se quer.
Mas haverá para nós sensatez na culpa
Do bem maior que não cheguei a ter,
Como se vê,
Como não se espera,
Como se quer,
Eu o contrário?
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